mort mot juste

outubro 08, 2006

tocata citadina n.5

o nascer do sol em havana era simples, e rosado. enfumaçado e suspeito de crimes menores no que era hasteado por detrás do beco; em silêncio furtivo a morte ou o olhar preguiçoso da manhã erguiam, em partes distintas da cidade, o mesmo marasmo do dia anterior.
acordei exatamente às nove horas e quinze segundos da noite e, com gosto de sal na língua, constatei que a aurora se alçava janela acima sem a cerimônia habitual.
sorri pensando que o mundo acabava e tive certeza de que muito em breve me esqueceria de ter engolido o repulsivo copo de gelos derretidos e já mornos.
senti que aquilo dos olhos, do sal na bebida e da luz hesitante eram um nunca mais vulgar e cheio de pompa.
quis agarrar pelo pescoço o segundo que conteria, futuramente, meu relato.
acabei por estrangulá-lo. me sobrou este pedaço de papel.

maria 10:33 PM 4 vociferando estavam



ao rés da fala