mort mot juste

novembro 06, 2006

bandeira, selo e mapa (três breves curitibanas)

25.42 S
curitiba, pinheiral: como deixá-la agora?
agora que é bela, que o céu é puro?
que seus telhados trilam ensolarados
agora que é casta manhã tardia
a escarrar à luz santas e vadias?

''a do meio''
abriga as ladras de métrica, os pombos
os insetos de aparência reflexiva
(as antenas tão altivas, é de se empertigar)
sob os tetos remendados de construções inativas
rói as vigas de madeira podre
rasga as roupas, grita, e chia.

49.29 W
as nuvens fugidas de guerra correm logo a outras partes.
janelas brancas emolduram
o desespero alegre das aves
velhas senhoras desconcertam-se em gritos
"o mundo acaba!" e acabou-se a água
pro inferno com a tua democracia!
que se exploda a última manchete.
a cidade nasce, e tal criança
chora com o primeiro ar do dia.

maria 1:32 AM 1 vociferando estavam



ao rés da fala