mort mot juste

novembro 07, 2006

retalhos de 184 vidas

como poderia eu, sem ter visto o que vistes, escrever o livro que tanto quisestes, que tanto amastes?
ao teu lado tens a idade. que tenho eu? palavras ralas, breves anos, um volume fininho sem remate, e a vulgaridade dos mais novos e de nosso tempo.
o cenário de tua história não mais existe, os personagens pereceram. falta-te o vigor, em ocasiões dispersas te falha a memória.

creio que aqui cedo ao natimorto o privilégio de um suspiro: o mais miserável de todos.
acolhe-o no lote de teu peito destinado às ninharias de teus filhos.

maria 2:38 PM 3 vociferando estavam



ao rés da fala