mort mot juste

outubro 22, 2007

andanças

amanda naquele parque
vadio e pobre
com água patos lama
infitito mais bonito que a rua
que as lojas
que as fotos
nas lojas
de porta-retratos
(talvez por estar mais perto
que nova york paris viena)

amanda naquele parque
e algo parecia errado

talvez se um poema
desse conta
se alguém contasse
se valesse um conto

mas ninguém achou
que faria diferença
o sol partido em três
as árvores-cópias
uma da outra
amanda sentada
na ciclovia
querendo que um
dos rostos (eram vários)
durasse mais
que só passar
e abrisse a boca
mesmo que
bem
pouco

mulher gorda
da pele escura
do barro do lago
pediu dinheiro
ou qualquer coisa
amanda
já tinha esgotado
as maneiras
de dizer não

alguém achou bom
e fotografou
amanda nos jornais
sem saber dizer não
os três sóis do parque
esquecidos

maria 7:52 PM 0 vociferando estavam



ao rés da fala