mort mot juste

outubro 01, 2007

um título pra isso

falar que preciso de um começo que signifique alguma coisa. isso é um bom começo. de fones propriamente enfiados nos ouvidos tentando ouvir apenas a música. o ônibus passou antes e passaria de novo, na verdade não importava o ônibus. era uma época em que se tinha pernas, e fortes. a panelada, apitos, gritos, faixas, cartazes. eu não estou no brasil. eu não estou no brasil. as pessoas têm nos rostos uma expressão só, que eu ainda não conhecia. um poeta de língua cortada convidava: ''venham ver o sangue''. eu não estou no brasil, anda mais rápido. as janelas do ônibus eram mais altas do que eu. senti alívio apoiei o rosto em alguma coisa fria. a panelada e os apitos no fundo, aumentei o volume. esse homem que canta, delira que estruturas diversas caem em sua cabeça enquanto é tudo tão reto e bem construído. ele já teve a minha idade. por fim e graças a deus eu não ouvia mais nada. até a música calou.

maria 11:41 AM 1 vociferando estavam



ao rés da fala